Até algum dia, quem sabe...

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...a coisa as vezes toma uma proporção muito maior, do que aquela, que a gente realmente quer. Criei um blog e perdi as rédeas. Perdi inteiramente o controle. A gente sem entender mexe não só com a imaginação das pessoas. Mas mexe tambem com o que elas tem de melhor, que é o sentimento. Com a entrega, com a confiança que elas depositam numa imagem feita por voce. Existe então uma imaginação maior que a realidade esperada, a gente é definido pelo que escreve , por um verso, por uma frase...., a imaginação cria um corpo. A coisa sai do terreno da virtualidade para uma entrega mais forte. Voce começa ser uma verdade quase impossivel.. nessa hora então passa a se tornar uma grande mentira. E começa a machucar pessoas. Chega um momento, que vc não tem mais como dizer não, reiniciar o caminho. Voltar.
Voce se torna a pessoa que criou, que é amada, sonhada.Faço em poemas as historias que vivi . Um poeta(?) que sem se iludir, ilude, e sem se magoar, magoa. Durante quase dois anos partilhei minhas sensações. Mas criei expectativas, criei sonhos. Voce se torna então o dono de mil historias. Mas meu íntimo disse não. Não vim para iludir ou machucar. Não quero isso, não faz parte de mim, ser uma covardia, ser um circo. Ser a fumaça de um fogo de mentira. Uma fogueira de ilusões, uma fogueira que eu criei e alimentei. A coisa criou vínculos. A fogo fugiu ao controle, e não quero que ele atinja mais ninguem. Respeito demais e gosto muito de todas aquelas pessoas com quem me relacionei. Algumas mais que outras. Algumas especiais. Mas, é hora de apagar.
Estou saindo agora, não dou um adeus definitivo, nem um rápido até logo. Saio simplesmente. Sem pensar em amanhãs. Quem sabe volte algum dia, ou quem sabe até nunca mais. Vai ser como sempre foi minha vida, sem planos de grandes sonhos, sempre pés no chão, sem absurdas expectativas sem ansiosas ou estressantes projeções. Vou para a realidade do meu mundo. Saio da (ir)realidade de tantos, me apago. Fecho agora o palco de "meus instantes e meus momentos", do "Apenas Eu". Peço que todos aqueles que me seguiram entendam, e se por acaso não entenderem, pelo menos me desculpem por sair assim. Simplesmente vou indo, viver minhas emoções, dobrar minhas esquinas da vida, correr nas minhas estradas, andar na minha praia, ter consciencia das minhas decisões. Continuar meu caminho.....voar minhas sensações.
Maurizio Bersani sai de cena, sai do foco, desce a cortina, fecha a porta e apaga a luz...
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